Frankenstein, da Netflix, é um filmaço pra se ver no cinema (Crítica)
Dirigido e roteirizado por Guillermo del Toro, Frankenstein (baseado no clássico literário de Mary Shelley) conta com um elenco de peso liderado por Oscar Isaac como Victor Frankenstein, Jacob Elordi como a criatura e Mia Goth, que interpreta dois papéis centrais na trama. A produção estreou mundialmente no Festival de Veneza de 2025, onde foi recebida com aclamação, e marca mais um grande projeto autoral do cineasta após O Beco do Pesadelo. Aqui no Brasil, o longa foi exibido com destaque na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, onde tivemos a oportunidade de assisti-lo em tela grande. O filme chega oficialmente à Netflix em 7 de novembro de 2025
Crítica – Frankenstein

Frankenstein é um filmaço — em todos os sentidos da palavra. Guillermo del Toro entrega uma adaptação que pode até não reinventar completamente a história clássica, mas faz isso com tanta força e personalidade que é impossível não se impressionar. Talvez não traga algo totalmente novo pra quem já viu outras versões, mas pra mim, brilhou — e muito.
Uma das maiores virtudes do filme está em como o del Toro escolhe contar essa história. Ele divide a narrativa em duas partes: o lado de Victor Frankenstein, o criador, e o da criatura, o monstro. Essa estrutura não linear é um grande acerto. A montagem é afiada, a edição é dinâmica e o ritmo é tão bem conduzido que as duas horas e meia passam voando. O filme nunca perde o fôlego.

As atuações são outro ponto altíssimo. Oscar Isaac, como Victor Frankenstein, está simplesmente no auge. É, talvez, a melhor atuação da carreira dele — intensa, emocional e cheia de nuances. E Jacob Elordi, que eu não imaginava nesse papel, surpreende demais como o monstro. A maquiagem é absurda de boa, e o trabalho vocal dele é impressionante. O mais interessante é como, conforme a criatura vai ganhando humanidade, a gente começa a enxergar mais o Jacob. Essa transição é muito bem feita e dá um peso enorme à jornada do personagem. Já Mia Goth, que faz dois papéis no filme, entrega atuações consistentes e que fazem muito sentido dentro da narrativa.
Tecnicamente, o filme é um espetáculo. A trilha sonora é incrível, a mixagem e a edição de som são impecáveis, e a fotografia… é simplesmente absurda. A gente já espera que um filme do del Toro tenha um visual forte, mas aqui ele se supera. O design de produção, a direção de arte e os cenários são de cair o queixo — o laboratório do Victor é um show à parte, digno de Oscar. Tudo é feito com um nível de detalhe que te transporta pra aquele mundo.

Por isso mesmo, acho que Frankenstein já chega como um dos grandes favoritos da temporada de premiações — especialmente nas categorias técnicas. É o tipo de filme que merece ser visto na maior tela possível. E é até curioso pensar que ele é uma produção da Netflix, já que é claramente um filme feito pra cinema. Eu tive a chance de ver na telona, e foi uma experiência completamente diferente — o som, a imagem, a imersão… tudo funciona melhor. Então, se tiver a oportunidade, assista no cinema. Vale muito a pena.
No fim, Frankenstein não é só mais uma adaptação da história. É um filme grandioso, com coração, técnica impecável e atuações marcantes. E pra mim, já entrou fácil na lista dos melhores do ano — brigando pelo top 5. Entre os filmes do del Toro, esse é o que mais me marcou.

Nota: 4,5/5
✍🏽 Marcelo Silva, CEO do Multi Nerdz
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