Dwayne “The Rock” Johnson aparece caracterizado como o lutador Mark Kerr em uma cena intensa do filme Coração de Lutador. Com luvas de MMA e expressão séria, ele está em posição de combate dentro do ringue, pronto para enfrentar o oponente. O suor e o sangue em seu rosto destacam a intensidade da luta, enquanto o fundo escuro realça o clima dramático do momento.

Coração de Lutador vai muito além do clichê e do oscar bait (Crítica)

7 de outubro de 2025 Marcelo Silva 18 visualizações nenhum comentário crítica, filme 4 min read

Coração de Lutador: The Smashing Machine é um drama biográfico de 2025, dirigido por Benny Safdie e estrelado por Dwayne “The Rock” Johnson como Mark Kerr, um dos maiores nomes do MMA. Baseado no documentário de 2002 The Smashing Machine, o filme segue a trajetória do lutador, abordando suas lutas no octógono e seus desafios pessoais, como o vício em opióides. A produção foi exibida pela primeira vez no Festival de Cinema de Veneza em setembro de 2025, recebendo uma ovação de 15 minutos de pé da crítica, e foi lançada nos cinemas brasileiros no dia 2 de outubro de 2025. A crítica tem elogiado a atuação de Johnson e a direção de Safdie, destacando o desempenho realista e autêntico do filme, que se utiliza de cinematografia crua, com filme em 16mm e 70mm, para capturar a essência da história.

Crítica – Coração de Lutador

Coração de Lutador: The Smashing Machine é um filme que poderia facilmente ser um Oscar bait, mas não é. Ele mistura esporte e biografia, mas foge completamente dos padrões que a gente espera desses tipos de filme. Não é aquele filme dramático só pra ganhar prêmio nem aquele filme de luta genérico. Ele tem sua própria essência, e é isso que faz ele se destacar.

O visual do filme é incrível e é um dos pontos que mais me chamaram atenção. Foi filmado em película, e isso dá uma cara muito mais de realidade, quase como se a gente estivesse assistindo a um documentário. Essa textura mais crua deixa o filme com uma vibe indie, mais antiga e muito autêntica.

A história é contada de um jeito muito interessante, de forma que a gente vai vendo aos poucos a construção da persona do Mark Kerr, entendendo seus problemas com drogas, opióides, e também vendo como ele lida com tudo isso dentro e fora das lutas. O roteiro consegue equilibrar drama, emoção, momentos fofos e até cenas leves, sem cair naquele clichê de filme biográfico de Hollywood.

Dwayne “The Rock” Johnson tá incrível como Mark. Ele consegue equilibrar força, carisma e vulnerabilidade de um jeito impressionante. A atuação dele não força nada, não é aquela performance exagerada de Oscar, mas consegue transmitir toda a complexidade do personagem. Emily Blunt também entrega cenas muito boas, principalmente nos diálogos e nas discussões com o Mark. Essas cenas são algumas das melhores do ano na minha opinião.

Um ponto que eu achei muito legal no filme é como ele mostra o lado humano dos lutadores. Apesar de ser um monstro dentro do octógono, Mark é uma pessoa muito carente, que precisa de amor e apoio. E, ao mesmo tempo, o filme mostra que esses caras, apesar de competirem ferozmente, mantêm respeito e amizade entre eles. Essa dualidade do personagem, de ser dominante e gigante nas lutas, mas sensível e humano fora delas, é muito bem explorada.

Um detalhe que eu achei muito bonito é a história da tigela. Ele dá uma tigela pra esposa que já tem a técnica japonesa kintsugi, que repara cerâmicas com pó de ouro e valoriza as cicatrizes. Depois ela quebra de novo e é consertada com um super bonde, e acho que isso funciona como uma metáfora linda da vida do Mark e do relacionamento deles.

A direção de Benny Safdie também ajuda muito a contar essa história. Ele consegue equilibrar drama e emoção sem exageros, sem cair naquela vibe típica de filme que força lágrimas ou gritos. Ele deixa a atuação do The Rock e dos outros atores respirar, valorizando os momentos sutis, os trejeitos, as pequenas interações que fazem a gente se conectar de verdade com os personagens.Resumindo, Coração de Lutador entrou na minha lista dos melhores filmes do ano e é um dos que mais me marcou. Ele poderia ser mais um filme padrão de luta ou biografia dramática, mas consegue ter sua própria identidade. Entre visual incrível, atuações marcantes e uma narrativa que mistura emoção, drama e momentos tocantes, é impossível não se envolver com a história do Mark Kerr e principalmente com a atuação do The Rock. É aquele tipo de filme que fica na cabeça da gente mesmo depois de sair da sala.