Uma Batalha Após a Outra brilha, mas não evita a fadiga na reta final (Crítica)
Uma Batalha Após a Outra, do renomado diretor Paul Thomas Anderson, chegou aos cinemas com grandes expectativas. O filme foi muito aguardado pela crítica internacional e rapidamente se tornou um dos favoritos para a temporada de premiações, com destaque para a atuação de Leonardo DiCaprio. O longa mistura elementos de ação, crítica social e drama, explorando temas como imigração e desigualdade racial em um cenário tenso e revoltante. A produção de 2025 apresenta uma trama envolvente, mas, apesar de todo o burburinho em torno do filme, a obra não atendeu totalmente as grandes expectativas criadas.
Um início promissor

O início é forte. Paul Thomas Anderson apresenta um grupo revolucionário que lutava pelos imigrantes e contra centros de detenção que lembram campos de concentração. É uma abordagem ousada para um filme americano em 2025, que discute imigração e desigualdade racial dentro de um thriller de ação.
Acertos técnicos

O desenvolvimento da história é interessante e bem estruturado. Um dos grandes acertos está na parte técnica: a montagem de Andy Jurgensen e a edição de som são impecáveis, criando uma experiência imersiva que pede para ser vista em tela grande, com o som no limite.
Humor e ritmo

Outro ponto positivo é como Anderson evita cair no clichê do “filme de ação padrão”. Há momentos tensos — como o ataque à cidadezinha onde vivem os protagonistas — que poderiam ser puro suspense, mas recebem pitadas de humor e leveza. Isso equilibra tensão e comicidade de forma eficiente.
Discussão sobre imigração

O tema funciona muito bem como motor inicial da história, despertando interesse logo de cara. Mas, ao longo do filme, ele não chega a ser realmente desenvolvido ou aprofundado. Mesmo com o personagem de Benicio Del Toro retomando essas questões em alguns momentos, o filme acaba focando em outros pontos e não se aprofunda tanto nesse tema quanto poderia.
Poder militar e crítica social

No terceiro ato, o arco de Sean Penn perde fôlego. Ainda assim, o filme mostra muito bem como alguém com poder militar nos Estados Unidos pode mover Deus e o mundo por uma questão pessoal. Ele evidencia como os protegidos da sociedade americana — brancos, ricos e militares — conseguem agir quase sem sofrer consequências. Mas, na prática, essa crítica não tem o mesmo brilho da parte inicial do filme.
Clímax visual

A perseguição final de carros é visualmente inventiva, explorando as rodovias em ondas, mas não sustenta o impacto do começo. DiCaprio está bem, mas não sei se é a performance arrebatadora que a campanha do Oscar sugere. Bons momentos também de Del Toro, Teyana Taylor e da jovem Chase Infiniti.
Resumo e conclusão

Resumindo: Uma Batalha Após a Outra é um bom filme. Visual e tecnicamente primoroso, principalmente na montagem e no som, com atuações consistentes. Mas perde parte do brilho na reta final e não chega, na minha visão, ao patamar dos melhores do ano, apesar do entusiasmo de parte da crítica.

Nota: 3/5
✍🏽 Marcelo Silva, CEO do Multi Nerdz
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Onde assistir Uma Batalha Após a Outra?
O filme estreia nos cinemas na próxima quinta-feira (25).