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Avatar: Fogo e Cinzas inova na estética e, mais uma vez, esquece do roteiro (Crítica)

Avatar: Fogo e Cinzas (Avatar: Fire and Ash) chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, marcando o terceiro capítulo da saga épica de James Cameron. Produzido simultaneamente com O Caminho da Água, o longa promete expandir a mitologia de Pandora para territórios nunca antes vistos — e muito mais hostis. Desta vez, a trama se afasta dos oceanos para apresentar o Povo das Cinzas, um clã de Na’vi vulcânicos liderados pela implacável Varang (interpretada por Oona Chaplin, de Game of Thrones). Segundo a sinopse oficial, Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldaña) descobrirão que nem todos os povos de Pandora são pacíficos ou benevolentes, colocando a família Sully no meio de um conflito que desafia suas crenças sobre o planeta e seu povo.

Com roteiro coescrito por Cameron, Rick Jaffa e Amanda Silver, a produção promete manter o padrão de excelência visual da Weta FX, trazendo novas tecnologias de captura de performance para representar o fogo e a fuligem com o mesmo realismo da água no filme anterior. Mas será que a mudança de bioma é suficiente para sustentar a história?

Assistimos o filme na cabine de imprensa e você confere agora a nossa crítica completa.

Crítica – Avatar: Fogo e Cinzas

Avatar: Fogo e Cinzas chega aos cinemas carregando o peso de uma franquia bilionária e a assinatura de James Cameron. E, assim como seu antecessor, o filme nos coloca diante de um dilema frustrante: estamos vendo o ápice da tecnologia cinematográfica a serviço de um vazio narrativo absoluto.

É impossível começar essa conversa sem tirar o chapéu para a técnica. James Cameron continua sendo inigualável em Hollywood, entregando uma captura de movimento e construção de mundo sem concorrentes. Desta vez, a paleta visual se expande, misturando florestas, oceanos, a introdução visualmente interessante do Povo do Fogo e até um vislumbre dos céus com o Povo do Ar. O filme pega tudo o que já foi feito na franquia e eleva o nível estético, trazendo ainda uma vilã vivida por Oona Chaplin que, apesar de instigante visualmente, acaba subutilizada.

No entanto, se tecnicamente o filme é impecável, narrativamente ele falha em justificar sua existência. A sensação predominante é de déjà vu, parecendo um “remendo” do primeiro e do segundo filme. O problema central é que Cameron criou um universo vasto, mas não tem mais história para contar dentro dele. Os protagonistas parecem meros avatares controlados por um jogador externo, movendo-se de forma mecânica apenas porque o roteiro exige, sem uma trajetória emocional genuína ou vontade própria.

Acontece muita coisa em tela, mas ao mesmo tempo não acontece nada. Ao final da projeção, os personagens parecem estar exatamente no mesmo lugar onde começaram. Essa decepção fica ainda mais amarga com a insistência no 3D, que escurece a bela fotografia e atrapalha mais do que imerge — assistir em IMAX 2D seria uma experiência superior. O primeiro Avatar funcionava porque tinha coração e uma jornada do herói clássica; os sucessores trocaram essa alma pelo espetáculo.

Após 15 anos de franquia e um longo hiato, o filme desperdiça seu potencial. Em suma, temos aqui uma vitrine tecnológica impecável, mas que soa oca como cinema; é um deslumbre visual para os olhos, mas para quem espera evolução narrativa, resta a frustração de ver a mesma história sendo contada novamente, apenas mudando a cor do cenário de azul para vermelho.

Nota: 2/5

✍🏽 Marcelo Silva, CEO do Multi Nerdz
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Essa é a nossa visão sobre o novo capítulo de Pandora, mas a experiência de cada um é única. No fim das contas, vale aquele ditado: se você gostou, você venceu! Agora queremos saber a sua opinião: para você, o visual compensou a falta de roteiro ou foi uma decepção? Deixe seu comentário aqui embaixo.

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Marcelo Silva

CEO, 25, SP

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